24/06/2024 – O Brasil é um dos maiores produtores de plásticos do mundo. Alguns anos atrás, o Banco Mundial divulgou um estudo em que o nosso país aparecia na quarta posição. Mais recentemente, outro estudo, conduzido por uma das entidades que representam o setor de limpeza urbana e gestão de resíduos, indicou que a produção de plástico no território nacional é de aproximadamente 14 milhões de toneladas por ano. Considerando que a população brasileira, de acordo com o último Censo do IBGE, é pouco superior a 203 milhões de pessoas, isso significa que, na média, cada brasileiro faz uso de 60 quilos de plásticos por ano.
O número é alarmante, tanto pela quantidade, que indica um consumo desenfreado; quanto pelo fato de uma parcela expressiva de todo o plástico ser descartada de forma incorreta. Basta olhar para as ruas e é fácil encontrar garrafas, copos e outros produtos feitos de plástico largados no chão. Há, ainda, um problema adicional, quando o plástico chega em córregos, riachos e outros corpos d’água, sendo levados para o mar.
Outro impacto provocado pelo descarte inadequado de plásticos, bem como de outros tipos de resíduos, é servir de abrigo para que a fêmea do mosquito transmissor da dengue e outras doenças deposite os seus ovos.
Você já parou para pensar em quanto plástico entra e sai de sua casa? Ou então, ao longo do dia, quantos itens de plástico são usados e jogados fora quase que imediatamente? Estamos falando de copos descartáveis, pazinhas para mexer o café, canudos e outros produtos. Não é à toa, portanto, que diversas empresas têm procurado estimular os seus funcionários a usar copos, canecas ou garrafas de materiais resistentes, em vez de copos descartáveis. Pode parecer pouco, mas, quando calculamos quantos copinhos descartáveis utilizamos ao longo de um ano, constatamos que a iniciativa pode sim fazer uma sensível diferença.
Os problemas provocados pelo consumo excessivo e descarte inadequado de produtos plásticos acabou levando os organizadores do Dia da Terra (earthday.org) a escolher para 2024 o tema “Planeta versus Plástico”. A data foi comemorada em 22 de abril, mas é importante lembrar as suas propostas e metas.
Obviamente, o objetivo principal objetivo é conscientizar a população para reduzir a utilização dos plásticos em prol da saúde humana e planetária. O desafio apresentado foi o de produzir 60% menos plásticos até 2040. Os organizadores também querem urgência no alerta para o fim do uso do plástico de uso único: canudos, mexedores de bebida, pratos, copos e talheres descartáveis, entre outros itens.
As ações sugeridas em movimentos como o Dia da Terra, além de outros que buscam melhorar a qualidade de vida das pessoas por meio da preservação do meio ambiente, muitas vezes tendem a levar algumas pessoas a considerar que as metas são muito difíceis de cumprir. Pesa aí o fato de que, invariavelmente, as propostas envolvem aspectos grandiosos, como planetários, mundiais ou globais, então, as pessoas podem ficar com a percepção de que “uma andorinha só não faz verão”.
Pequenas iniciativas individuais, contudo, têm o poder de mudar sim a vida de muitas pessoas e, sem dúvida, contribuir para a preservação do meio ambiente.
Esse é o caso, por exemplo, do engajamento à coleta seletiva. Muitas famílias que trabalham em centrais de triagem, a maior parte formada por cooperativas de catadores, dependem dos materiais que são encaminhados para esses locais para garantir o seu sustento.
Então, quando você estiver em sua casa, antes de jogar a garrafa de refrigerante ou outro material reciclável no saco junto com o lixo comum, pare e pense que ela pode se transformar em renda. Não custa nada parar, pensar e separar.
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