Em fevereiro de 1955, já sob a presidência de Zulú, o clube reuniu seus jogadores e torcedores e criaram um Cordão de Samba para brincarem o carnaval daquele ano.
No primeiro desfile os instrumentos eram improvisados e entre eles havia latas, panelas e frigideiras, que somados à alegria espontânea daquele grupo encantaram os moradores da comunidade que se juntaram ao cordão. Motivados pela alegria, desceram o morro e foram fazer a festa nas ruas do Bairro.
Em 1966, o grupo que já era esperado para alegrar o carnaval de Itaquera, preparou-se melhor e atraiu muitos colaboradores e novos integrantes. Montou uma bateria om instrumentos novos comprados com a ajuda do livro de ouro que passou entre os comerciantes de Itaquera e definiu suas fantasias predominando as cores do time que eram a Preta e a Branca. Nesse ano também surge a figura do Rei e da Rainha do Cordão. Estes postos foram ocupados pelo primeiro e único e eterno Rei Nininho, que teve como sua rainha a Sambista Geni. Eles desfilaram numa carruagem improvisada a partir da Carroça do Dalo do ferro velho.
Sob o comando do Zulú o cordão foi crescendo ano a ano e transformou-se numa Escola de Samba, a primeira Escola de Samba de Itaquera que em 1970 foi oficialmente registrada na Liga das Escolas de Samba de São Paulo onde foi enquadrada no Grupo 3. A partir desse momento a Escola de Samba tornou-se uma Sociedade a parte do Time de Futebol, porém tinha sua sede no mesmo local e mantinha o presidente e diretores, no caso Zulú e o Sr Otávio Calistrato que foi quem organizou a documentação e oficialização legal da Escola.
A Escola continuava a crescer e atrair novos integrantes e a partir desse momento sob o comando do Mestre Cobrinha passou a ter uma bateria de alta qualidade, reconhecida e valorizada por ser uma bateria pesada (em função de ter como destaque os instrumentos de couro considerados pesados como o “Treme Terra”, “Surdões’ e “Contra surdos”).
Cobrinha e seu grupo de Batuqueiros brilhavam na avenida e nas apresentações dentro do Cine Itaquera e do Salão do Elite Itaquerense onde adentravam durante o baile de carnaval e tocavam o samba pesado para o deleite dos foliões. Ali tanto no Elite como no Cine Itaquera a Escola recebia um troféu simbólico de vencedores do Carnaval Itaquerense. (Aqui é justo fazer uma homenagem ao Cordão de Samba da Cidade Lider que era outra entidade que também desfilava para alegrar os Itaquerenses)
A escola do Falcão foi evoluindo e passou para o Segundo Grupo das Escolas de São Paulo. A partir desse momento a presidência passou ao comando do Mestre Neguita e sua Esposa, deixou a comunidade da Vila Corberi, segurou-se por mais alguns anos no Segundo Grupo e começou a decair até ser extinta.
Aqui destacamos grandes sambistas e batuqueiros da história do Falcão do Morro, tais como:
Zulú o eterno presidente, mestre Cobrinha e seu apito mágico, Rei Nininho, Rainhas Geni, o príncipe e princesa Chico Torto e sua irmã Inês, A baiana Dona Cota, portas bandeiras Gija com o mestre sala Marquinhos, baliza Ditinho, treme terra Martinzão, Pedrão e Neguita; contra surdos Midão, Bé, Dodô, Manteiga, Zé Couro e Beiço de Mula, repilique o incomparável Badê, nas caixas Marquinhos, o diferenciado som da Cuica de Toninho Baiano, Lasqueira e seu abre alas de Bumba Meu Boi e outros tantos que fazem parte dessa história.
O Time de futebol continua vivo lá no Morro do Falcão, onde sobrevive como valente para manter a tradição do “Eterno Falcão”
Por Marcos Falcon