Protetora de animais relatam fatos chocantes de maus tratos

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Não é necessária uma entrevista, um simples bate papo com um protetor de animais pode gerar um turbilhão de emoções, que vão desde a histórias de amor e compaixão à dantescos relatos de dor, abandono e crueldade.
maus tratos
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29/04/2024– O Fato Paulista entrevistou Silmara Lins Correa, protetora independente que atua em Guaianazes, Cidade Tiradentes e região, contra maus tratos aos animais

Ao lado dela estão Maria Raimunda, conhecida como Rai, uma das mais antigas protetoras em atividade, com mais de 30 anos de trabalhos voltados a causa animal. “A Rai é culpada”, fala em tom de brincadeira e completa: “foi ela que me trouxe para esta vida e agora não deixo mais, pois tem muito amor envolvido”. Marcia Raposo completa o trio de “mosqueteiras em prol da causa animal”.

As três – cada qual a sua forma – buscam recursos para manter o trabalho de retirar os animais das ruas, encaminhá-los para castração e adoção. Estima-se que as três foram responsáveis pela castração de cerca de 1,3 mil cães somente no ano passado. Vale ressaltar que este número foi somente em um ONG que promove as castrações. Vale um raciocínio de matemáticas simples. Se estes cães não tivessem sido castrados, estes, 1.300 teriam se multiplicado e chegando facilmente a 10 mil animais abandonados pelas ruas, que poderiam sim ser vítimas de maus tratos, atropelamentos e doenças.

Nesta saga das protetoras vale um capítulo à parte: “Como buscam os recursos para manter o trabalho em prol da vida animal?”.

Silmara trabalha como táxi dog, Raimunda trabalha a noite e Marcia é aposentada. Cada uma delas tira recursos do próprio sustento para manter esta atividade social. Não recebem nenhum apoio ou verba pública, somente as castrações que acontecem graças a uma parceria com ONGs especializadas na proteção animal. Silmara relata ainda que também encaminha cães para castração daqueles tutores que não tem condições financeiras de pagar uma clínica particular. “Levo um lema comigo, castração e adoção, é a solução!”, exclama.

Tudo até agora são história de amor, compaixão e muito carinho em prol das “vidas que não podem falar e são indefesas”.

Nas linhas abaixo vem os casos de dor, maus tratos e muita agressividade gratuita contra aqueles que são conhecidos como o “melhor amigo do homem”.

Queimado com soda cáustica

Soda cáustica é um potente, mas também perigoso, produto químico usado para desentupir vasos sanitários e encanamentos em geral. O seu perigo é tamanho que em muitos lugares a sua venda é proibida para menores de 18 anos. O contato com a pele pode causar danos irreversíveis, com graves queimaduras.

O Billy até então era dócil, de pequeno porte e indefeso. Por supostamente ter “avançado” contra o filho da então tutora, foi condenado a ser queimado com soda cáustica e agonizar durante 5 dias sem socorro, somente recebendo da tutora, dipirona. Quando uma vizinha viu o estado do cãozinho, ofereceu ajuda.

Quem relata este caso é a própria Silmara que diz que a tutora contou uma versão que a sua casa tinha sido invadida por uma vizinha que jogou o produto no cão. O caso está investigado pela Delegacia de Heliópolis, bairro onde este triste episódio aconteceu.

Maxilar quebrado e agonizando a beira do córrego

Ninguém sabia o nome dela, mas ninguém quis saber, se tornou mais uma dantesca paisagem da cidade grande, grande no caos, grande na desilusão, grande no desamor. Provavelmente em sua mente passava a imagem da desilusão, agredida enquanto brincava, ela somente queria um dono, para dedicar o seu amor e sua fidelidade. Graças a cuidadora Silmara ela foi encontrada, socorrida e que sabe um dia terá um nome e nova história.

As imagens enviadas ao Fato Paulista, são duras, cruéis, capazes de chocar até mesmo o mais petrificado dos corações.

Esta vida também foi salva pela Silmara que contou ao Fato Paulista, que a cachorrinha foi encontrada na avenida Souza Ramos em Cidade Tiradentes, as margens do córrego. Ela foi encontrada com a mandíbula quebrada, conforme o laudo médico, que indicou que a causa foi provavelmente um chute. Estava sem comer e sem beber água, totalmente desidratada e perdeu muito sangue. Agora encontra-se lutando pela vida, recebeu bolsa de sangue e os cuidados necessários.

Atropelada, jogada e abandonada

Mais um caso que Silmara foi chamada, aconteceu na Avenida do Têxteis, também em Cidade Tiradentes. A vida desde caso, foi atropelada, o motorista apenas parou o carro, para ver se a sua máquina não tinha algum dano, alguma avaria. O motorista, provavelmente sem alma, sem vida também, deixou a cachorrinha lá, com fratura exposta e os órgãos vitais também expostos. Mesmo assim ela ficou lá durante horas, lutando pela vida, a mesma vida que o carro não tem e tampouco o seu dono.

“Neste caso não deu tempo, ela morreu nos meus braços. O veterinário disse que se o socorro chegasse, um pouco antes, talvez ela teria chance. Mas ela recebeu um pouco de carinho antes de partir”, lamenta a Mosqueteira dos Animais, Silmara.

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