Prefeitura fará estudo na Zona Leste para avaliar relação entre poluição e doenças da tireoide

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Na primeira fase da pesquisa, agentes de saúde vão entrevistar 4.500 pessoas de Sapopemba, São Mateus e São Rafael, onde moram cerca 800 mil pessoas.
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A Prefeitura de São Paulo fará um estudo em três bairros da Zona Leste de São Paulo com o objetivo de avaliar possíveis relações entre doenças da tireoide e a potencial poluição causada pelo Polo Petroquímico de Capuava, localizado em Santo André, no Grande ABC.

A pesquisa será dividida em duas etapas:

  • Na primeira, agentes de saúde vão entrevistar 4.500 pessoas de 1.500 casas nos seguintes bairros: Sapopemba, São Mateus e São Rafael, onde moram cerca 800 mil pessoas de pessoas.

A ideia é descobrir se moradores da região têm alguma doença na tireoide ou sintomas como dor de garganta, rouquidão, ganho de peso ou perda de cabelo.

Magali Batista, diretora da Vigilância em Saúde Ambiental do município, explicou que a tireoidite de Hashimoto é uma doença autoimune que pode levar ao hipotireoidismo, um distúrbio hormonal que desacelera o metabolismo e pode causar aumento de peso. “Pode ser hereditário, mas pode ser poluição. Por ser autoimune, ela tem prevalência maior nessa região, pelos estudos.”

“Quem vai passar o questionário são agentes de endemia e saúde. Eles vão estar uniformizados com coletes da Vigilância em Saúde, vão apresentar um termo que o agente vai ler. Caso queira participar, assina o termo e vai ser entrevistado e responder as perguntas”, informou ela.

  • Na segunda etapa, os agentes vão coletar exames de pessoas que tenham apresentado três ou mais sintomas.

Quem tiver algum resultado alterado, será encaminhado para o tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS). Com os resultados, a prefeitura deve definir ações nessas regiões da capital.

“Quando a gente passar o questionário e fizer o levantamento, vamos conseguir tratar a população exposta, fazer políticas públicas e poder trabalhar exatamente com essa doença, se for apresentada no estudo”, afirmou Magali.

A comissão da CPI do Pólo Petroquímico presidida pela vereador Alessandro Guedes. foi instalada na Câmara Municipal de São Paulo em 2022 para investigar as denúncias sobre os efeitos ambientais e de saúde pública

A comissão da CPI do Pólo Petroquímico foi instalada na Câmara Municipal de São Paulo em 2022 para investigar as denúncias sobre os efeitos ambientais e de saúde pública e é presidida pela vereador Alessandro Guedes. “A ideia é buscar informações se os casos teriam relação com a poluição ambiental no entorno do Polo, que faz divisa com esses bairros da Zona Leste. Esse estudo foi uma solicitação da nossa CPI na Câmara de São Paulo. Recentemente, nos reunimos com o prefeito Ricardo Nunes para discutir ações conjuntas nesse sentido. Vitória da nossa Comissão da CPI, dos moradores e da Prefeitura, que concordou em realizar esse estudo”, declarou o vereador.

Em nota, a Petrobras afirmou que não é a única responsável pelo Polo de Capuava. No texto, a empresa afirma ainda que a operação da Refinaria de Capuava (Recap) atende a todas as normas de segurança e saúde previstas em legislação e aos padrões internos, em compromisso com a segurança dos trabalhadores, das comunidades do entorno e do meio ambiente.

 

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