Obra Social Dom Bosco – 40 anos transformando a sociedade

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Quando chegou em Itaquera, era apenas uma pequena capela no alto do Jardim Redil, mas aquele padre aguerrido, que rezava missas, que pregava a religiosidade católica, era também de lutar, de amassar barro e cobrar as autoridades.
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‘Para estes 40 anos não comunicamos as grandes redes de televisão. O único que está aqui é o Fato, que é o jornal do nosso bairro’

O pequeno espaço onde eram realizados as missas que até hoje leva o nome da Padroeira do Brasil, foi pouco a pouco crescendo e hoje perto de se concretizar o Santuário de Aparecida em Itaquera, a Obra Social Dom Bosco completou 40 anos no dia 31 de maio.

Hoje quem vê a Obra Social Dom Bosco, atendendo mais de 5 mil famílias por dia, reconhecida mundialmente como modelo de trabalho social e benemerência, dificilmente imagina que o começou não foi fácil, que seu líder Padre Rosalvino Moran Vinayo passou ‘poucas e boas’ para atingir o seu intento de transformar famílias. Hoje a obra mantem trabalhos voltados a toda a família desde as casas de acolhimento, as

Mas precisava de um sinal para ter a certeza que Itaquera era o seu lugar. ‘Quando cheguei aqui peguei a medalhinha de Maria subi o morro e pedi um sinal.

creches, passando para s cursos profissionalizantes destinados a adolescentes e jovens e os cursos de requalificação profissional. Sem dúvida um trabalho de excelência que transforma famílias inteiras. A Obra Social Dom Bosco também marcou na habitação popular, sem contar a Escola de Samba Dom Bosco que a cada ano é a atração do carnaval paulistano, adjetivada no meio do samba como ‘a escola do padre’.

Em entrevista ao Fato Paulista, o padre lembrou quando tudo começou. ‘Quando vim para cá existia muito preconceito muitos me falavam, você vai lá para morrer. Eu era diretor da Dom Bosco do Bom Retiro, mas arrumei a mala e vim para cá’, lembra.

Mas precisava de um sinal para ter a certeza que Itaquera era o seu lugar. ‘Quando cheguei aqui peguei a medalhinha de Maria subi o morro e pedi um sinal. Minutos depois recebi um telefonema do Dom Angélico que disse  -Dom Bosco é periferia-, é povo. Foi quando tive a certeza’, lembra não escondendo uma ponta de emoção.

ele veio conhecer a obra, gostei dele, muita simpatia e humildade. O prefeito Ricardo Nunes me conquistou’

O padre lembra que no começo pouco a pouco as crianças foram chegando: 10, 15 chegando a 1000 crianças. Conta que recebeu muito apoio da então primeira dama do Estado de São Paulo, Luci Montoro. Depois vieram os alemães que lhe pediram um projeto ‘Eu já tinha algumas oficinas de marcenaria e elétrica, mas era pouco ainda, mas que já geravam renda para as famílias ao redor’, lembra.

Com a verba da Alemanha a Dom Bosco começou a deslanchar. ‘Num belo dia me aparece um carro da Prefeitura com uma moça loira no banco de trás, era a Lila Covas que se maravilhou, se emocionou e começou a mandar convênios para nós’, lembra.

Mário Covas na época era prefeito de São Paulo, foi ai que surgiria a grande amizade com a família Covas. ‘O Mário me chamava de padre pidão, pois eu pedia asfalto e demais melhorias. Foi ai que o bairro começou a crescer, não faltando mais água e muitos melhoramentos chegaram’, destacou.

Com o apoio da Alemanha a Dom Bosco conta hoje com 2,2 mil aprendizes nas diversas oficinas de formação profissional. ‘Mas se eu acrescentar o trabalho com os idosos, as creches, os abrigos e alimentação chegamos ao número de mais de seis mil pessoas atendidas diariamente pela Dom Bosco’, informa. Vale destacar que a obra mantém 18 cozinhas industriais para atender as pessoas.

Quando perguntado se a pandemia atrapalhou as ações sociais da Dom Bosco, o padre Rosalvino é enfático ao responder. ‘Não paramos em nenhum momento, pelo contrário o nosso trabalho aumentou’.  Com os 35% permitidos, as oficinas estão com as aulas acontecendo normalmente e os alunos além da alimentação, recebem cesta básica e o kit higiene.

‘Com o apoio do Banco Itaú e da Coca Cola estamos conseguindo apoiar mais famílias com cestas básicas neste momento de pandemia, informou.

‘O nosso social não parou em nenhum momento, já distribuímos neste período 32 mil cestas básicas, 28 mil kits de higiene, 20 mil máscaras e 12 mil fraldas. Tudo com o apoio que recebemos, inclusive da Secretaria de Assistência Social”, destacou. O padre Rosalvino elogiou ainda o prefeito Ricardo Nunes: ‘ele veio conhecer a obra, gostei dele, muita simpatia e humildade. O prefeito Ricardo Nunes me conquistou’

‘Para estes 40 anos não comunicamos as grandes redes de televisão. O único que está aqui é o Fato, que é o jornal do nosso bairro’, disse, levando a equipe do Fato Paulista a emoção.

O Santuário de Aparecida que terá capacidade para cerca de mil fieis sentados teve as obras paralisadas devido a pandemia. Mas o padre está otimista quanto a retomada das obras. ‘A catedral é um desafio. Devido a pandemia, tive que dar uma parada, mas vou retomar agora. Se Deus quiser este ano ainda quero fazer uma missa, uma celebração ai dentro’, anuncia.

E demonstrando a sua inabalável fé o padre Rosalvino completa: ‘Quando a coisa estava feia para mim, por causa da embolia pulmonar, fiz um trato com Nossa Senhora Aparecida. Não quero ir embora, eu quero acabar a sua igreja. Me segura aqui mais um tempo. Agora com um dinheirinho que recebi da Itália vou retomar as obras, desta que será uma igreja voltada ao social’, finalizou.

 

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