O homem que atualizou o distintivo do Corinthians

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Ele mora em Itaquera desde a década de 40, quando ainda criança chegou ao bairro com os pais. Artistas plástico, muralista, decorador, escultor e nas horas vagas um afinado gaitista que reverencia o blues.
Corinthians
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Este é Orpheu Maia, que tem a sua história misturada a do Sport Club Corinthians Paulista, já que segundo disse ao Fato Paulista foram mais de 45 anos de serviços prestados ao alvinegro de Parque São Jorge.

E porque não dizer que este artista itaquerense também está cravado na história do Brasil? Já que até presidentes da República foram presenteados com os seus quadros, entre eles General Costa e Silva e General Ernesto Geisel, sempre a pedido da diretoria do Corinthians. Aliás vale lembrar que Geisel recebeu o quadro com a sua imagem dentro do próprio Parque São Jorge, quando da cessão – pela primeira vez – do terreno para construção do estádio corinthiano, na época um sonho quase impossível de se concretizar.

Graças ao seu talento e amor ao Corinthians, Orpheu Maia conquistou a amizade de um dos mais emblemáticos presidentes do Corinthians, Vicente Mateus e a partir daí a sua história se perpetuou dentro do clube, tanto que a Galeria dos Presidentes, são obras do próprio Orpheu, utilizando as mais variadas técnicas, entre as quais carvão. “Tive a honra de pintar todos os presidentes de clube, desde o primeiro”, comenta em tom de saudosismo.

Dentro do Parque São Jorge diversas esculturas também são de autoria de Orpheu Maia, além de outros trabalhos. Ele também é um dos precursores no Brasil do chamado painel humano. Anos atrás, no aniversário do Estado do Amazonas ele dirigiu mais de 10 mil pessoas que formaram um dos maiores mosaicos vivos da história.

Entre “idas e vinda” atuando no clube da rua São Jorge, achou tempo para atuar na produção de propagandas de televisão, prestando serviço a um dos mais renomados publicitários do Brasil.

Nos lendários carnavais de salão no Parque São Jorge, Orpheu era o decorador oficial, a cada ano materializando os temas de cada carnaval em suntuosas decorações.

Também marcou a sua época como arte finalista para anúncios em jornais, quando trabalhou no Estúdio Liss, em uma época que o talento falava mais alto, pois não existiam os programas de computador. As artes finais eram elaboradas nas chamadas “penas com nankin”.

Dotado da habitual humildade dos grandes de alma, Orpheu Maia faz questão de citar também como grandes artistas plásticos de Itaquera, Betos Romero e Xisto, ambos já falecidos. “Tanto o Beto como o Xisto marcaram época como letristas, desenhistas e decoradores”, comentou.

Mas com certeza um dos feitos mais marcantes da história de Orpheu Maia foi a atualização do distintivo do Corinthians que aconteceu nos anos 80. Na época o então presidente Vicente Mateus chamou o artista para ‘atualizar’ o distintivo, pois pretendia começar a comercializar produtos com a marca do clube. Trabalho feito com maestria e aprovado pela diretoria da época. O que poucos sabem: até esta data a marca corinthiana não era registrada.

Mais esta história de Orpheu na saga alvinegra virou tema de diversos documentários tanto na televisão como na web.

Claro que uma mera reportagem não seria o suficiente para contar toda a história de Orpheu Maia, uma história repleta de talento, dedicação, ideal e, sobretudo, muito amor ao Sport Club Corinthians Paulista.

 

 

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