Moradores reclamam do abandono do Cemitério de Itaquera

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Para muitos os cemitérios nada são que apenas um depósito de invólucros corpóreos, há que defenda a cremação compulsória como forma de “economizar” espaço. Acreditam que as áreas poderiam ser mais bem aproveitadas com outras finalidades como habitação, por exemplo. Mas para a grande maioria da população os cemitérios são o local para preservar a memória dos entes queridos, que já partiram para o “outro lado do mistério”.
Cemitério de Itaquera
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  • Cemitério de Itaquera24/06/2024 – Muitos reverenciam aqueles que já partiram em datas específicas como aniversários ou Dia de Finados, ali homenageiam aqueles que se foram com flores, velas ou mesmo com a manutenção do túmulo: as vezes uma reforma ou mesmo somente limpando. Nesta toada, vale citar ainda o fator econômico, já que o “mercado funerário” gera milhares de empregos diretos e indiretos, dentro dos próprios cemitérios ou mesmo ao redor com floriculturas, velas, imagens e assim vai. Mas no outro lado da moeda, são os altos valores cobrados por funerárias para se enterrar alguém. Mesmo com os cemitérios públicos privatizados, os valores continuam exorbitantes. “Ter que pagar para nascer, ter que pagar para viver, ter que pagar para morrer” já profetizou Silvio Brito no sucesso “Pare o Mundo que Eu Quero Descer”, lá na década de 70. Há meio século atrás!

Há uma parcela da população, formada por intelectuais, que vê nos cemitérios um local de preservação histórica e de patrimônios artísticos e sacros. Entre eles está o historiador itaquerense, Marcos Falcon que – ao lado de diversos moradores – tem travado uma batalha pela preservação do Cemitério de Itaquera – o primeiro do bairro fundado em 1929, que segundo ele é um patrimônio histórico do bairro.

Na página Contando Itaquera no Facebook, Falcon lamenta o estado de depredação em que se encontra diversos túmulos, muitos vitimados por atos de vandalismo. Ele cita dezenas de famílias tradicionais do bairro que lá estão enterrados seus entes queridos e enfatiza “o quanto aquele espaço guarda a memória do nosso bairro”.

O historiador externa a sua tristeza ao “ver aquele local de descanso, que outrora orgulhava os itaquerenses, pela beleza de seus jardins…agora totalmente abandonado e depredado, largado ao descaso do poder público”.

Ainda em seu relato, o aguerrido historiador Marcos Falcon conta que procurou alguns herdeiros das campas saqueadas e parcialmente destruídas e que foi informado da dificuldade e burocracia junto ao Município para poderem restaurar os túmulos da família.

Sugere ainda uma ação conjunta entre a Subprefeitura de Itaquera, juntamente com familiares e nova administração do cemitério para uma possível restauração e preservação do local.

 

Procurou também o Fato Paulista

Além de procurar os herdeiros dos túmulos depredados Marcos Falcon procurou também o jornal Fato Paulista a fim de solicitar apoio nesta empreitada. A equipe do jornal entrou em contato com a concessionária,  que administra o Cemitério de Itaquera questionando se há alguma ação para melhorar a segurança interna do Cemitério, para assim evitar atos de vandalismo e furtos de objetos das campas.

O jornal também cobrou uma posição sobre uma antiga reclamação dos munícipes, que versa sobre a acessibilidade.

 

  Resposta Velar SP

 

A Concessionária informa que a responsabilidade da manutenção dos túmulos é dos familiares, de acordo com o decreto 59.196, de 2020, portanto desde antes dos serviços funerários e cemiteriais terem sido concedidos na Cidade de São Paulo. Caso os túmulos não estejam recebendo os devidos cuidados, a Velar SP busca um contato com as famílias responsáveis para que a manutenção seja realizada.

Se o contato não for possível, ou na falta de ação pelos responsáveis, os túmulos e jazigos malcuidados ou vandalizados são isolados e cercados para evitar acidentes ou transtornos aos visitantes.

A Velar SP realiza levantamento e respectivo laudo dos jazigos abandonados nos cemitérios que administra, conforme obrigação contratual, para que as famílias responsáveis sejam notificadas do processo de recadastramento e regularização.  No cemitério Itaquera são 800 jazigos concedidos.

A segurança do cemitério conta com equipes a pé e uma ronda motorizada, 24 horas por dia, buscando melhorar a segurança dos frequentadores e das dependências do Cemitério Itaquera.

O trabalho de manutenção e limpeza é permanente. As instalações foram ampliadas e revitalizadas. Foram reformados banheiros, salas de velório e muros. Novas obras estão programadas, entre elas a implantação da acessibilidade nos banheiros. Foram também realizadas obras de drenagem.

A concessionária melhorou a manutenção e infraestrutura nas dependências do cemitério, instalando internet Wi-Fi gratuita e sistemas de climatização. Placas de sinalização mostram o mapa das quadras, facilitando a localização de túmulos e o deslocamento dos visitantes. A nova sinalização visual também tem projeto de ampliação.

Uma nova floricultura já está atendendo ao público e, em breve, o cemitério contará com quatro novas salas de velório, cantina e agência funerária, ampliando a oferta de serviços e o conforto para o usuário.

Desde o início de 2024 não são mais realizados sepultamentos em terra. Para isso, um programa de instalação de cerca de 10 mil gavetas está em andamento, sendo que já foram instaladas mais de 3.200 gavetas. Essas novas quadras para sepultamento são todas gramadas e sinalizadas.

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