Outras, porém se tornam brigas generalizadas, que somente são dispersas depois da intervenção da Polícia.
O curioso de mais esta ‘onda do mal’ é a questão geográfica, pois os casos não tem acontecido somente nos grandes centros da região sudeste do Brasil, mas em todas as regiões, sites de noticias tem trazido cada vez mais casos da extrema violência entre jovens. Uma simples paquera, um olhar mal interpretado ou mesmo a simples perseguição aos mais fracos tem se tornado motivos para a barbárie, que tem como palco instituições de ensino e como público, adolescentes, recém saído da infância
Uma simples busca no ‘google’ já mostra que os casos de violência em escolas públicas aumentaram muito nas últimas semanas. São casos registrados na Grande São Paulo, mas também em Garanhuns -PE, em Ceilândia do Sul em Brasília, onde um adolescente foi esfaqueado. Uma briga generalizada em Vitória no Espírito Santo, mais outra em Brazlândia no Distrito Federal. Estes são apenas alguns casos da barbárie, que vem acontecendo nas escolas em todas as regiões do Brasil.
Mães se encontram alarmadas e temerosas em deixar seus filhos irem as aulas. Uma simples parada na frente de uma instituição de ensino da Zona Leste paulistana no horário da saída dos adolescentes, é possível ouvir diálogos com as seguintes frases: ‘você viu que ele fugiu’, ‘ele saiu correndo de medo’, ‘apanhou até chorar’, ‘não vai vir mais as aulas, está com medo’. Frases ditas por crianças que já veem na violência uma alternativa de vida.
Em São Paulo a situação está cada vez mais preocupante, pois segundo dados da Secretaria Estadual de Educação, nos dois primeiros meses de aula deste ano, foram registrados 4021 casos de agressões físicas nas unidades estaduais. Os dados também mostram que aumentou a ação de grupos ou gangues e os casos de bullying que também cresceram consideravelmente.
Histórico de violência familiar, possíveis influências oriundas de mídias sociais, traumas, revolta. Qual seria a razão de tanta violência entre os adolescentes nos últimos anos?
Sobre esta questão o Fato Paulista On Line, ouviu a psicóloga Dra. Amanda Hayala que é coordenadora do Departamento de Psicologia da Acaapesp – Associação dos Consultores, Assessores e Articuladores Políticos do Estado de São Paulo. Considerada uma das maiores entidades classistas do Brasil a Acaapesp, mantém sedes regionais em mais de 100 município Brasil a fora. E desenvolvendo o trabalho social a dra Amanda acaba vivenciando de perto diversas realidades, diversos costumes e tradições de cada região.
‘A grande incidência de violência, manifestada através de brigas entre grupos de jovens, vem se apresentando como um problema em instituições de lazer, espaços públicos e principalmente em escolas causando preocupações aos pais, educadores e à sociedade como um todo. Sendo o bullying uma das principais causas que tem como consequências danos ao psiquismo e interferindo negativamente no desenvolvimento cognitivo, emocional e socioeducacional dos envolvidos’, é o que explica a Dra. Amanda, que desenvolve uma série de ações sociais envolvendo jovens e adolescentes.
A dra. Amanda Hayala destaca a importância de um psicólogo em cada instituição de ensino, até como forma de prevenção de possíveis atos violentos, mapeando as situações que podem desencadear na violência física e psicológica. ‘Os conceitos da agressividade de violência envolvem múltiplos enfoques e direcionamentos, por isso que a presença de um psicólogo no âmbito escolar é essencial para avaliar, analisar os fatores que estão levando aos estudantes agirem dessa forma agressiva’, destaca
‘A partir daí provocar reflexões a respeito das interações sociais e dos conflitos existentes na dinâmica escolar. Contribuindo com a prevenção, com conhecimento e forma de lidarem com suas emoções, criando espaços para a expressão de afeto e contribuindo para a reflexão e melhoria das relações sociais na escola’, finaliza.