Em audiência pública, enchente e piscinão foram as principais reivindicações de moradores em Itaquera

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A revisão do PDE (Plano Diretor Estratégico) está em tramitação na Câmara Municipal através de Projeto de Lei encaminhado pelo Executivo à Casa das Leis paulistana. A revisão do Plano Diretor é obrigatória e está prevista na lei que rege o PDE (Lei nº 16.050, de 31 de julho de 2014).
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Diversas audiências públicas estão sendo realizadas nos bairros que compreendem as 32 subprefeituras. Nelas a população pode apresentar ideias e sugestões diretamente aos parlamentares e técnicos da Prefeitura. A frequência do público tem sido mediana e entre as sugestões várias com viabilidade técnica, mas, outras, porém, surgem mais como um mero desabafo do munícipe do que propriamente uma sugestão.

A audiência em Itaquera aconteceu no sábado último dia 15, na biblioteca de uma instituição de ensino particular. Lideranças e moradores compareceram e as reivindicações variou entre melhorias na zeladoria e o combate as enchentes. Aliás as enchentes em Itaquera é um problema crônico que não dura 6 ou 7 anos, os itaquerenses sabem que este problema vem desde o início dos anos 70, portanto são mais de 50 anos. Essas foram as principais demandas apresentadas pela população presente na Audiência Pública da Comissão de Administração Pública da Câmara Municipal de São Paulo que aconteceu em Itaquera.

O Presidente da Comissão de Administração Pública, o vereador Gilson Barreto (PSDB) destacou a importância de levar o debate da revisão do PDE aos bairros. “Nós temos que realizar Audiências Públicas nas várias regiões de São Paulo e a Comissão de Administração Pública escolheu Itaquera, São Mateus, Mooca, na zona leste, e duas na zona sul, para levar, ir ao encontro das pessoas, porque realizarmos [audiências] apenas na Câmara Municipal às vezes torna difícil a locomoção. E aqui nas regiões as pessoas se sentem mais à vontade e realmente transmitem aquilo que a comunidade quer que realmente se manifeste”, ponderou Barreto.

A audiência teve início com uma breve exposição do representante da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento, Tadeu Lara da Rocha, sobre as diretrizes gerais previstas no PDE e quais os ajustes priorizados na revisão elaborada pelo Executivo. “Podemos falar, por exemplo, que é aproximar o emprego do trabalho, adensar perto de onde já existe infraestrutura adequada, prover habitação de interesse social numa escala maior do que já estava acontecendo”, exemplificou. “Nós não estamos tentando, a princípio, mudar quais são os objetivos, quais são as grandes diretrizes, mas fazer ajustes para alcançarmos esses pontos”, acrescentou Rocha.

Mas o caótico trânsito da região também foi uma das questões abordadas. O membro do Conselho Participativo Municipal de Itaquera, Antônio Gomes dos Santos chamou a atenção, por exemplo, para a situação do trânsito na região, agravado com a crescente realização de diferentes obras na zona leste. “Tem que ser um feito um estudo muito pormenorizado do que é o trânsito, como ele funciona para zona leste. Nós percebemos que fazem construções, fazem vias, mas elas apenas apreciam um local, onde vão ou onde terminam fica em segundo plano. Nós temos muitas avenidas de quatro pistas que, de repente, mudam para uma pista só, ou seja, afunila o trânsito, prejudica as pessoas. Nós temos um problema de poluição, ou seja, falta um pouquinho de atenção na área de engenharia para a melhoria do nosso trânsito”, apontou Santos.

Líder comunitário em Itaquera, André Luiz Zorzan alertou para o problema das enchentes na zona leste, que têm impactado e causado prejuízos à população local. “Os afluentes dos rios que passam por Itaquera, Vila Brasil, Itaim, até mesmo Vila Progresso, caem todos dentro da Jacu Pêssego. Hoje está se discutindo piscinões para o centro de Itaquera, piscinões para o Parque Linear, mas e o piscinão que tem que ser feito para receber todas as águas?”, argumentou Zorzan.

O vereador Alessandro Guedes do Partido dos Trabalhadores também participou e lembrou como o Plano Diretor Estratégico impacta diretamente a população e ressaltou a importância de regionalizar o debate. “Importantíssimo esse debate, essa Audiência Pública hoje aqui em Itaquera, porque aproxima quem está discutindo o Plano Diretor da população que diretamente vai ser afetada pelas decisões da Câmara. Itaquera tem sofrido bastante com os efeitos do Plano Diretor aprovado em 2014, para o bom e para o ruim. Por exemplo, nessa revisão, temos que avaliar que Itaquera está crescendo, e isso é bom, porém, de uma forma desordenada, tem construído prédios, verticalizado os bairros em vias que não têm estrutura para poder receber tantas moradias, e isso é uma preocupação”, avaliou Guedes.

 

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