27/05/2024- As inundações no Rio Grande do Sul, decorrentes de volumes de chuva muito acima do normal, lançaram luz sobre um problema que tende a se agravar bastante nos próximos anos: as mudanças climáticas. Por causa do aumento da temperatura em todo o mundo, o clima tem apresentado um comportamento cada vez mais errático.
De acordo com o Copernicus, serviço de monitoramento climatológico da União Europeia, abril de 2024 foi o 11º mês consecutivo em que recordes globais de calor foram batidos. A temperatura global média ficou em 15,03 C°, cerca de 0,67 C° acima da média para abril de 1991 a 2020, e 0,14 C° superior ao recorde anterior, de abril de 2016. Quanto à temperatura média global dos últimos 12 meses (maio de 2023 a abril de 2024), ela é a mais alta já registrada, cerca de 0,73 C° acima da média de 1991 a 2020, e 1,61 C° acima da média pré-industrial, de 1850-1900.
Em abril, uma onda de calor fez com que a temperatura em São Paulo alcançasse a marca de 30º.
Cientistas são unânimes em afirmar que o aumento da temperatura na Terra é resultado de agressões à natureza, tendo como desdobramento episódios cada vez mais frequentes e intensos de tempestades, furacões e ciclones tropicais, entre outros. E os problemas têm ocorrido em todo o mundo. Em 15 de maio, com a população gaúcha preocupada com a possibilidade de novos temporais, as cidades de Milão e Pádua, na Itália, eram inundadas por causa do transbordamento de rios naquela região. Distante dali, na mesma semana o Afeganistão contabilizou mais de 300 mortes por causa de enchentes, decorrentes de chuvas acima da média.
Diante de tantas catástrofes, e da certeza de que elas deverão se repetir, é primordial que passemos a questionar o que cada um de nós pode fazer para tentar reduzir os seus impactos.
Pode parecer pouco, mas, se pararmos para avaliar atentamente os resíduos que geramos diariamente, desde os restos de comida, passando pelos resíduos recicláveis e chegando até aqueles materiais que não podem ser aproveitados, será dado o primeiro passo para diminuir as agressões diárias ao meio ambiente. Tudo o que consumimos e utilizamos no dia a dia tem reflexos sobre a natureza. E há os impactos anteriores ao consumo, durante o processo de fabricação; e aqueles que são registrados posteriormente.
Os processos de fabricação dos mais diversos produtos, seja uma garrafa de refrigerante ou o pneu de um automóvel, envolvem a utilização de água, energia, diversos insumos e, com certeza, muitos recursos naturais. O primeiro impacto é observado aí.
E depois? Considerando os exemplos acima, se a garrafa de refrigerante for jogada em qualquer local, pode ir parar em um riacho, lagoa e depois ir para o mar. No caso do pneu, infelizmente, ainda existem pessoas que largam o pneu usado em vias públicas, em vez de deixá-lo com estabelecimentos comerciais sérios, que encaminham o produto para reaproveitamento.
Inevitavelmente, tudo o que consumimos irá transformar-se em um resíduo. O cuidado que podemos e devemos adotar é qual a destinação que será dada para cada item. Ou, antes mesmo do consumo, avaliar se precisamos daquele produto ou se não estamos preparando mais comida do que a nossa família irá aproveitar.
Esses pequenos cuidados têm reflexo positivo, inclusive no bolso, pois, a rigor, desperdício significa jogar dinheiro fora.
Separar materiais recicláveis para que sejam recolhidos pelos caminhões da coleta seletiva diminui a necessidade de extrair mais recursos naturais para fabricar novos produtos.
Outra opção, mas que vale apenas para produtos em bom estado, é a doação. Embora existam entidades assistenciais que contem com profissionais que fazem reparos em fogões, geladeiras e móveis, se a doação for feita diretamente para uma pessoa, aí há necessidade de o item estar funcionando. E vale o mesmo no caso de roupas. Se estiver rasgada ou com furos, dificilmente quem receber irá usar.
Cuidar dos resíduos e cuidar do meio ambiente.
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