15/10/2024 – Tanto Ricardo Nunes do MDB como Guilherme Boulos do PSOL deram ênfase no primeiro bloco do debate ao evento climático da última sexta feira em São Paulo, que deixou milhares de casas sem energia elétrica, que ainda não foi totalmente reestabelecida pela Enel em muitos domicílios.
Apesar de oponentes, tanto o prefeito como o candidato apoiado pelo PT, comungaram em uma questão: a culpabilidade da concessionária de energia Enel no apagão paulistano. Com dados e apresentando o contrato de concessão Ricardo Nunes mostrou que somente o Presidente da República pode – através de decreto – destituir e Enel, já Boulos se limitou a dizer, por diversas vezes, “eu como prefeito vou ter pulso para tirar a Enel”.
Se não fossem as perguntas formuladas pelos jornalistas a questão da Enel se arrastaria por todo o debate, mas mesmo assim, a cada novo tema, Guilherme Boulos fazia questão de tentar imputar culpa ao prefeito por causa do temporal de sexta feira.
No mais o que se viu foi um Ricardo Nunes demonstrando preparo, apresentando dados e estatísticas, não se abalando com provocações e críticas do oponente. Aliás, quanto a Boulos o mesmo se mostrou irritado quando Nunes em dado momento, se referiu ao psolista como quem ‘não conhece o que é trabalho”. A partir daí- por diversas vezes – o professor apoiado pelo Partido dos Trabalhadores começou a -nitidamente- tentar intimidar prefeito com aproximações – mais do que seria normal.
Nas regras era permitido que o debatedor deixasse o púlpito.
Em uma dessas saídas do púlpito Boulos se aproximou tanto do prefeito que acabou recebendo um abraço, fato que arrancou gargalhadas da plateia. Foi quando Nunes perguntou: “Tudo bem?”, prontamente respondido por Boulos: “bem, e você”. O que parecia um momento de descontração, rapidamente saiu de cena.
“O Boulos está tentando me intimidar, mas nasci e cresci na Zona Sul”, disparou Ricardo Nunes.
Acostumado a ser a incômoda pedra que acertou vidraças ao longo de sua trajetória, Guilherme Boulos virou vidraça, quando Ricardo Nunes enfatizou a pouca experiência e por diversas vezes destacou que jamais foi lembrado para ocupar cargos como ministro do governo Lula ou secretário na gestão Haddad a frente da prefeitura paulistana.
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O que parecia um comentário natural em qualquer debate, pode ter se tornado um “cruzado de direita” já que Guilherme Boulos – nitidamente- balançou com tais afirmações.
Ainda mais que deve ter percebido as redes sociais de assessores de vereadores eleitos pelo PT. Antes do primeiro turno, muitos assessores deixavam na “foto de perfil” o número de seu candidato a vereador, mas tão logo começou o segundo turno, tiraram a imagem do número do vereador e não colocaram uma imagem de apoio ao Boulos. No mínimo estranho!
Talvez já estejam orientados, a “jogar a toalha” e Boulos pode estar percebendo isso, talvez este seja o motivo de seu visível abatimento durante o debate.
Pode estar nadando para morrer na praia sozinho, abandonado pelos próprios apoiadores.
Claro que ninguém é ingênuo em acreditar que “oposição” seja oposição nos quatro anos de mandato.
O eleitor – mesmo de vereador de oposição – sabe que muitos adotam a prática do “jogo de cena” para eleitor ver em ano de eleitoral. Talvez já acreditando em uma derrota no “moço de Campo Limpo” é que alguns, que fique claro que não todos, já estão abandonando a nau, com a desculpa da necessidade de “empenhar emendas” em uma eventual nova gestão de Ricardo Nunes.
Mas eleição é como futebol, uma caixinha de surpresas!