Prefeitura de SP quer intensificar ações de assistência social e internações na região da Cracolândia

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Além disso, está em planejamento a criação de um Centro de Convivência Integral. Ministério Público discorda da medida.
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A Prefeitura de São Paulo quer intensificar nas próximas semanas as ações de assistência social na região da Cracolândia e, com isso, devem aumentar as internações de usuários, mesmo as involuntárias. O fluxo pelo Centro da capital não para desde março, quando uma operação da Polícia Civil e da gestão municipal dispersou os dependentes químicos da Praça Princesa Isabel.

As internações involuntárias continuam sendo o ponto mais polêmico do trabalho. Segundo a prefeitura, a triagem dos pacientes será feita por equipes que percorrerão as ruas do Centro. Pacientes com transtornos mentais serão levados de ambulância para o hospital.

Aqueles com instabilidade clínica serão atendidos primeiro pelo Samu e depois serão encaminhados para internação hospitalar. Haverá vagas para internações voluntárias, involuntárias e compulsórias — aquelas que precisam de autorização da Justiça. Segundo o projeto, a estrutura deve impedir fugas.

O secretário de Projetos Estratégicos do município, Alexis Vargas, acredita que o número de internações deve aumentar.

“A gente tá ampliando nossa capacidade, deixando critérios mais claros e um fluxo mais bem estabelecido. Então, eu acho que para esses casos em que a pessoa está em risco, o profissional de saúde vai ter mais segurança para poder fazer o encaminhamento adequado, e a gente vai ter condições de dar uma internação mais qualificada”, diz.

Centro de Convivência Integral

A prefeitura também planeja criar um Centro de Convivência Integral, para onde os dependentes químicos iriam depois da internação hospitalar. Trata-se de uma unidade de transição, mais intensiva que os ambulatórios e menos do que um hospital.

É indicada para dependentes que precisam de supervisão contínua ou que tenha recaídas frequentes. O centro deve funcionar na Barra Funda e terá 39 vagas.

Por enquanto, no local indicado funciona uma empresa de segurança e não há movimentação de obras.

De acordo com a prefeitura, o investimento na estrutura deve ser de R$ 6 milhões, e o atendimento será feito pela organização social Nova Esperança. O Ministério Público discorda desta medida.

O promotor Arthur Pinto Filho deu dois dias para que a prefeitura envie explicações sobre as internações. Para ele, ações desse tipo foram implantadas antes, e não deram resultado.

“Você imagina se uma pessoa em uso abusivo de álcool vai ficar esperando tranquilamente chegarem enfermeiros para que eles sejam levados à força para esse local? Isso é impossível. Já se tentou isso em 2017 e foi um furo n’água. Já se tentou isso no Rio de Janeiro e foi um furo n’água. Veja: a ideia de que a internação resolve o problema da Cracolândia é uma farsa. Porque a internação involuntária não é para tratar uso abusivo de álcool e drogas, é para tirar o cidadão, segundo está na lei, do estado tóxico, somente isso. E mais: somente pode ficar internado involuntariamente por 90 dias. E ninguém se trata de uso abusivo de crack em 90 dias, a lei admite isso.”

Fonte G1SP

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