Caos em SP: 57 mil imóveis sem luz após temporal expõe fragilidade da rede elétrica

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São Paulo ainda sente os impactos do forte temporal que atingiu a cidade na quarta-feira (12). Quase 19 horas após a tempestade, cerca de 57 mil imóveis seguem sem energia elétrica, expondo a vulnerabilidade da rede aérea diante de eventos climáticos extremos. Com quedas de árvores, semáforos apagados e transtornos no trânsito, o apagão reacende o debate sobre a necessidade de modernização da infraestrutura elétrica na capital.
imóveis sem luz
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A forte chuva que atingiu São Paulo na tarde de quarta-feira (12) ainda causa transtornos na cidade. Cerca de 57 mil imóveis permanecem sem luz 19 horas após o temporal, que teve seu momento mais crítico com 170 mil unidades sem energia elétrica. A chuva foi provocada por uma frente fria que chegou ao litoral paulista no início da semana, e novos temporais podem atingir a cidade nesta quinta-feira (13), segundo o Instituto Nacional de Metereologia.

A Defesa Civil registrou 343 chamados por quedas de árvores na cidade nas últimas 24 horas, sendo a maioria no centro e na zona oeste. Os bairros mais afetados foram Pinheiros e Butantã, onde árvores de grande porte caíram sobre carros e a fiação elétrica.

Na manhã desta quinta-feira (13), 42 semáforos seguiam apagados por falta de energia, quatro apresentavam falhas e outros quatro estavam em amarelo intermitente.

Os impactos do temporal evidenciam desafios estruturais que afetam diretamente a população, como imóveis sem luz.  Sobre isso, o deputado federal Marcelo Crivella destacou: “O impacto das chuvas vai muito além dos transtornos imediatos. Estamos falando de perdas de alimentos em geladeiras devido à falta de energia, pessoas presas em elevadores por conta de apagões, alagamentos que deixam famílias ilhadas e comprometem a mobilidade urbana, prejuízos no comércio que dependem de refrigeração para manter estoques e até interrupções em serviços essenciais, como hospitais e transporte público. O sistema aéreo de distribuição elétrica tem mostrado cada vez mais a sua vulnerabilidade diante das adversidades climáticas, expondo a necessidade urgente de modernização e resiliência da nossa infraestrutura elétrica”, enfatizou.

Menos de 1% da rede elétrica brasileira é subterrânea. Em São Paulo, apenas 60 quilômetros de cabos estão enterrados. Já no Rio de Janeiro, 11% da rede é subterrânea, enquanto Belo Horizonte tem 2%. No cenário internacional, o contraste é ainda mais evidente: Londres e Paris começaram a enterrar seus fios no século XIX, e Nova York já possui 71% de sua rede subterrânea.

A implementação de redes subterrâneas em São Paulo, no entanto, esbarra nos custos elevados. A Prefeitura estima que apenas a região central demandaria investimentos de aproximadamente R$ 20 bilhões. Mesmo assim, Crivella defende que os benefícios compensam os gastos. “Além de evitar apagões, o sistema subterrâneo reduz furtos de energia e cabos, melhora a segurança pública e gera economia em longo prazo”, explicou.

Especialistas e parlamentares argumentam que a crise energética atual deve ser um alerta para a necessidade urgente de modernização do setor elétrico, especialmente em um contexto de mudanças climáticas e tempestades mais frequentes. “Precisamos de uma rede de distribuição à altura dos desafios impostos pelas crises climáticas, que assegure um fornecimento estável e seguro para todos”, concluiu Crivella.

O debate sobre redes subterrâneas deve continuar a ganhar força, unindo esforços entre gestores públicos, concessionárias e sociedade civil para modernizar a infraestrutura energética de São Paulo e do Brasil.

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